Família
Pr. Josué Gonçalves
Pr. Josué Gonçalves é terapeuta familiar, pastor sênior do Ministério Família Debaixo da Graça - Assembleias de Deus em Bragança Paulista – SP, bacharel em teologia, com especialização em aconselhamento pastoral e terapia de casais, exerce um ministério específico com famílias desde 1990. Ver outros artigos da coluna: FamíliaCasamento não vem pronto, se constrói – Parte 2
Seis tipos de ventos que podem atingir qualquer casamento.
1) O vento da impossibilidade de procriar (1Samuel 1)
… (Elcana) tinha duas mulheres; uma se
chamava Ana, e a outra Penina. Penina tinha filhos, Ana, porém, não
tinha. … E porque o Senhor a tinha deixado estéril, sua rival a
provocava continuamente, a fim de irritá-la. … Isso acontecia ano após
ano. Sempre que Ana subia à casa do Senhor, sua rival a provocava e ela
chorava e não comia. (1Sm 1.2, 4, 6, 7 – NVI)
Como dissemos, os ventos são situações
fora de controle. Por mais que a medicina tenha evoluído, ainda há
muitas pessoas que experimentam a mesma dor da Ana. Se hoje a
infertilidade já representa um sofrimento extremo, imagine naquela
época, em que havia uma expectativa exacerbada sobre cada mulher
israelita: quem sabe ela não poderia ser a mãe do Messias?
Não ter filhos era estar debaixo de uma
maldição do Todo-Poderoso . Repare que, no próprio texto, o autor diz:
“o Senhor a tinha deixado estéril”. Um exemplo bíblico da atuação de
Deus nessa mesma área encontra-se no livro de Gênesis, quando o rei
Abimeleque é castigado com a esterilidade do seu harém . Neste caso, a
maldição é removida depois que Abraão ora por ele. Na visão da época, a
mulher que não tinha filhos era amaldiçoada.
Nos tempos bíblicos, uma família
abençoada era caracterizada pelo grande número de filhos. Os filhos
representavam a continuidade dos negócios, a proteção e a continuação da
família.
Bem-aventurado aquele que teme ao SENHOR e
anda nos seus caminhos… A tua mulher será como a videira frutífera aos
lados da tua casa; os teus filhos como plantas de oliveira à roda da tua
mesa. (Sl 128.1, 3)
Todo marido queria ser “bem-aventurado”,
abençoado, e parte desta benção passava pelo aumento da família mediante
a geração de muitos filhos. Ana não somente não tinha muitos filhos,
como não tinha filho algum! Ela não se sentia motivo para o marido ser
bem-aventurado.
Ana experimentou o vento da esterilidade e
viveu em angústia a ponto de perder a fome. Ela nunca poderia ser mãe
do Messias, estaria sempre debaixo da maldição de Deus e não poderia
realizar o sonho do marido, dos pais e o seu próprio sonho.
Quantas mulheres hoje se identificam com
Ana, Sara, Rebeca e Mical, com a mulher de Zacarias e tantas outras que
lutaram para ser instrumentos de Deus na geração de uma vida. Segundo o
Dr. Roger Abdelmassih, a esterilidade é um drama que deixa “famílias
desertas em um mundo superpovoado”. Ele afirma que há inúmeros casais
desejosos de ter filhos e contrasta o fato com o alarmante número de
abortos: três milhões por ano.
Fiquei surpreso ao saber que 20% dos
casais em idade fértil têm problemas para engravidar. Um em cada cinco. O
Dr. Roger considera a esterilidade com uma doença que assola o planeta.
Os transtornos, as crises de autoestima, a desvalorização social,
ansiedade e angústia são mais comuns do que se imagina.
Na época dos patriarcas, não havia a
reprodução assistida, que tem um sucesso de 50% em seus esforços de
ajudar os casais inférteis. Mas mesmo com a tecnologia e o avanço médico
do século 21, ainda há muitos que sofrem com esse vento.
Quando todos os esforços e orações não
são suficientes, sempre aconselho considerar a adoção como forma de
“povoar” o lar. Adotamos o Pedro, nosso caçula, quando recém-nascido e
como tem sido gratificante desfrutar do privilégio de criá-lo como um de
nossos filhos biológicos. Ele tem sido uma benção em nossa casa.
Não permita que o vento da esterilidade
prejudique o seu casamento. Que vocês se unam ainda mais, como tijolos
que se abraçam e desfrutam da proximidade enquanto aguardam a tempestade
passar.
2) O vento da enfermidade (João 11)
Mandaram, pois, as irmãs de Lázaro dizer a Jesus: Senhor, está enfermo aquele a quem amas. (Jo 11.3)
Marta e Maria, amigas de Jesus, foram
assoladas pela tempestade de uma enfermidade na vida do irmão, Lázaro.
Sem aviso e sem pedir permissão, a enfermidade alojou-se na vida do
rapaz que ficou à beira da morte. Os sentimentos de surpresa,
perplexidade e impotência esbofetearam a família, que sofreu e foi
compelida a prosseguir e trabalhar no que seria necessário para reverter
o quadro da enfermidade.
Lázaro não estava doente porque pecara;
ele não estava sendo castigado por Deus. Eles eram amigos chegados de
Jesus, que teria sinalizado qualquer desvio. Mesmo assim, ele ficou
enfermo. Perguntar “por que” não é a maneira mais produtiva de se lidar
com o problema, mesmo assim essa pergunta martela na cabeça.
Podemos definir três causas principais
que promovem a enfermidade: a terra amaldiçoada, a ação de demônios e
algum pecado na vida da pessoa. Depois que Adão e Eva pecaram, receberam
as consequências de seu pecado pronunciadas por Deus e uma delas foi
que a terra seria maldita por causa de Adão.
Essa questão é fácil de entender. Por
toda parte vemos o efeito devastador da maldição: terremotos, chuvas de
granizo sobre as plantações, pragas, insetos que transmitem
enfermidades, vírus mutantes, bebês que nascem deformados. A lista não
tem fim. Este planeta debaixo de maldição, no qual todos nós habitamos,
promove muitas enfermidades.
Outra causa registrada nas Escrituras é a
ação de demônios. Temos o exemplo da mulher encurvada a quem Jesus
curou expulsando um demônio. Temos o exemplo do demônio que fazia com
que um homem ficasse mudo e surdo, e novamente Jesus curou expulsando o
espírito imundo. Outro caso é o de Jó, que foi assolado por enfermidades
uma vez que o diabo recebeu autorização de Deus para fazê-lo. Isto nos
dá uma pista bem interessante. Devemos sempre tratar essas questões
diretamente com Deus, como fez Jó, porque independentemente da origem,
ele é poderoso para reverter o quadro, caso ache conveniente dentro do
propósito perfeito que ele tem para nós.
Por último, temos o grupo das doenças
causadas por pecado. Em Apocalipse, Jesus fez com que uma mulher que
transtornava a Igreja ficasse enferma para que ela se arrependesse Há
também inúmeras doenças somáticas que manifestam no corpo alguma
disfunção da alma. Falta de perdão, ódio, ansiedade e depressão são as
“campeãs” como causa de cânceres, gastrites, problemas de pressão e
coração, e toda sorte de mazelas.
O resumo é o seguinte: se você ou algum
membro da família ficar doente, vá ao médico e faça todo o possível para
curar-se pelos meios naturais. Deus lhe deu inteligência e vontade para
fazer a sua parte.
Não deixe, porém, de orar e de pedir
ajuda da igreja, como fizeram Marta e Maria. O Senhor há de dirigir,
consolar, mostrar a saída, e ele pode até curar. Novamente, que o casal e
a família se unam mais ainda, enquanto o vento passa.
Quando a doença bate à nossa porta, se a
casa não estiver edificada sobre a rocha, não suportará o vento. Certa
vez, recebemos o telefonema de um casal de amigos que nos informou que,
segundo todos os exames realizados, sua filhinha recém-nascida era uma
criança especial, que precisaria de cuidados especiais por toda a vida –
tudo indicava que o bebê fosse portador da Síndrome de Down. Não é
fácil leitor.
Rousemary, minha esposa, e eu também
tivemos uma experiência muito dura. Em uma consulta médica, fomos
informados de que ela tinha um câncer de dois a três centímetros no
seio. Ainda que saibamos que a medicina já tem tratamentos eficazes
contra tal moléstia, há muitos casos em que o paciente não resiste e
morre. A sensação é devastadora. A possibilidade de uma “partida” antes
da hora surge em nosso imaginário e a luta da razão baseada na fé tem
início.
Nestas horas, embora perplexos, mas não
desanimados, procuramos agir pelos princípios que aprendemos e não pelas
emoções. Seguindo em fé e obediência, atendendo às prescrições médicas e
com muita oração, superamos este momento sombrio. Minha amada Rousemary
está totalmente curada e podemos dizer que a casa não caiu.
3) O vento da perda de um ente querido
…Então um homem chamado Jairo, dirigente
da sinagoga, veio e prostrou-se aos pés de Jesus, implorando-lhe que
fosse à sua casa porque sua única filha, de cerca de doze anos, estava à
morte. Estando Jesus a caminho, a multidão o comprimia.
E estava ali certa mulher que havia doze
anos vinha sofrendo de uma hemorragia e gastara tudo o que tinha com os
médicos; mas ninguém pudera curá-la. Ela chegou por trás dele, tocou na
borda de seu manto, e imediatamente cessou sua hemorragia. “Quem tocou
em mim? “, perguntou Jesus. Como todos negassem, Pedro disse: “Mestre, a
multidão se aglomera e te comprime”.
Mas Jesus disse: “Alguém tocou em mim; eu sei que de mim saiu poder”.
Então a mulher, vendo que não conseguiria
passar despercebida, veio tremendo e prostrou-se aos seus pés. Na
presença de todo o povo contou por que tinha tocado nele e como fora
instantaneamente curada.
Então ele lhe disse: “Filha, a sua fé a curou! Vá em paz”.
Enquanto Jesus ainda estava falando,
chegou alguém da casa de Jairo, o dirigente da sinagoga, e disse: “Sua
filha morreu. Não incomode mais o Mestre”.
Ouvindo isso, Jesus disse a Jairo: “Não tenha medo; tão-somente creia, e ela será curada”.
Quando chegou à casa de Jairo, não deixou ninguém entrar com ele, exceto Pedro, João, Tiago e o pai e a mãe da criança.
Enquanto isso, todo o povo estava se lamentando e chorando por ela. “Não chorem”, disse Jesus. “Ela não está morta, mas dorme”.
Todos começaram a rir dele, pois sabiam que ela estava morta.
Mas ele a tomou pela mão e disse: “Menina, levante-se! “
O espírito dela voltou, e ela se levantou
imediatamente. Então Jesus lhes ordenou que lhe dessem de comer. Os
pais dela ficaram maravilhados, mas ele lhes ordenou que não contassem a
ninguém o que tinha acontecido. (Lc 8.40-56 NVI)
Jairo tinha uma filhinha de doze anos de
idade que estava em estado terminal. Os médicos já haviam desistido e
não podiam mais ajudar. Ele precisava fazer algo e foi buscar ajuda na
única pessoa que pode o impossível – Jesus.
Os religiosos da época expulsavam da
sinagoga aqueles que declaravam sua fé em Jesus, mas Jairo, mesmo sendo o
principal da sinagoga, buscou ajuda. Ele colocou em risco a sua
reputação. Depois de algum tempo de busca, ele encontrou o Senhor, que
se dispôs a ir até a casa dele para curar a menina.
Tudo parecia correr bem até que uma
mulher furou a fila do milagre. O Mestre parou e gastou minutos
preciosos. Enquanto esperavam terminar aquela conversa de Jesus com a
mulher, a filhinha de Jairo morreu e um mensageiro lhe trouxe a
devastadora notícia. Não há palavras para descrever o impacto de uma
notícia como essa.
Eu experimentei esse vento da morte
quando soube de maneira abrupta da morte de meu pai. Meu irmão pensou
que eu já soubesse do fato, mas eu estava telefonando para ele
justamente para me informar. Ele disse: “Ah, você já sabe, né, que o pai
bateu o carro, quebrou o pescoço e morreu?”. Eu nunca me esqueço. Foi
muito doloroso. Parecia que haviam tirado o chão de debaixo dos meus
pés.
Nós costumamos achar que estas
calamidades só sopram na casa dos outros, mas esse vento pode atingir a
nossa casa também. Por isso ela precisa estar edificada sobre a rocha.
No relato bíblico, Jesus falou que Jairo
não deveria ficar com medo, mas crer. Em seguida, Jesus pediu a todos
que saíssem da casa. Ele deu uma ordem, e a menina voltou à vida!
Na maioria das vezes, porém, não
recebemos os mortos de volta, por meio da ressurreição, como foi no caso
de Jairo. Há quem diga que perder um ente querido é como sofrer uma
amputação da qual a pessoa irá se recuperar, mas ela nunca mais será a
mesma.
Nada pode remover a terrível dor da
separação, mas podemos ter alívio ao lembrar das promessas de vida
eterna que recebemos do Senhor. Veja como Paulo consolou os irmão de
Tessalônica:
Irmãos, não queremos que vocês sejam
ignorantes quanto aos que dormem, para que não se entristeçam como os
outros que não têm esperança.
Se cremos que Jesus morreu e ressurgiu,
cremos também que Deus trará, mediante Jesus e juntamente com ele,
aqueles que nele dormiram.
(1Ts 4.13, 14 NVI)
É extremamente reconfortante saber que um
dia reencontraremos aquela pessoa amada e que nunca mais haverá
separação, choro nem lágrimas. Quando choram diante de Deus, os cristãos
têm a promessa do inexplicável consolo do Espírito Santo.
Bem-aventurados os que choram, pois serão consolados. Mt 5.4 NVI
Embora eu não deseje partir logo para a
eternidade, quando isso acontecer, sei que será muito bom poder rever o
meu pai e todos os amados e amadas que já estão com o Senhor, além de
ficar por toda eternidade ao lado do meu Deus.
Mesmo com o vento da perda, a casa não cairá.
4) O vento da impotência ou frigidez sexual
Naamã, comandante do exército do rei da
Síria, era muito respeitado e honrado pelo seu senhor, pois por meio
dele o Senhor dera vitória à Síria. Mas esse grande guerreiro ficou
leproso.
…
Então, Naamã foi com seus cavalos e carros e parou à porta da casa de Eliseu.
Eliseu enviou um mensageiro para lhe
dizer: “Vá e lave-se sete vezes no rio Jordão; sua pele será restaurada e
você ficará purificado”.
…
Assim ele desceu ao Jordão e mergulhou
sete vezes conforme a ordem do homem de Deus; ele foi purificado e sua
pele tornou-se como a de uma criança. (2Rs 5.1, 9 e 14)
Naamã, oficial do exército do rei da
Síria, ganhava todas as batalhas, gozava de alto conceito diante do rei e
de seus liderados, era muito bem-sucedido em sua carreira. Apesar de
tanto sucesso fora de casa, quando tirava a camisa, em sua intimidade, o
que se via era uma pele branca de lepra.
A falta de dor é o grande problema dessa
doença. O leproso perde a sensibilidade, pois seus nervos sensores não
funcionam mais. Ele pode queimar a mão, bater o pé, machucar o dedo, ou
até perder uma orelha, mas não sente, não percebe, não tem dor.
Phillip Yansey escreveu A Dádiva da Dor,
um livro no qual ele nos desafia a louvar a Deus justamente pela tão
evitada dor. Se não houvesse a dor, você morreria, pois ela é um
mecanismo de defesa do corpo. O leproso perde a sensibilidade em várias
partes do corpo. Naamã poderia ter perdido a sensibilidade no seu órgão
genital, ficando impossibilitado de ter uma ereção. O que é um homem sem
a possibilidade de relacionar-se sexualmente se a masculinidade está
intimamente associada ao sexo?
Um homem pode experimentar esta disfunção
por origem orgânica, como foi o caso de Naamã, ou por fundo emocional.
Basta que o fluxo de sangue do pênis seja prejudicado que a impotência
se apresenta. Aproximadamente 5% de homens com mais de 40 anos e entre
15% e 25% de homens com mais de 65 anos já viveram a experiência da
impotência. É um processo inevitável do envelhecimento, devido às
alterações do fluxo sanguíneo peniano por processo aterosclerótico, como
também a queda inevitável do nível de testosterona.
Impotência é uma palavra que, além de
imprecisa, traz em si uma conotação muito negativa. Ela dever ser
substituída pela expressão disfunção erétil, que é a incapacidade
sistemática – isto é, muito frequente – de ter ou manter uma ereção que
permita, tanto pela rigidez do pênis quanto pelo tempo de ereção, a
penetração e realização do ato sexual.
Alguns autores consideram a ejaculação
precoce um tipo de disfunção erétil. Qualquer homem normal pode
apresentar, em determinadas situações, dificuldade em ter ou manter a
ereção. Dentre as causas mais comuns de distúrbio episódico de ereção,
temos:
1. excessos de bebida ou comida;
2. abatimento por doença (gripe, por exemplo);
3. cansaço físico;
4. preocupação intensa;
5. depressão por fato trágico, como a morte de pessoa querida;
6. rejeição à parceira por algum motivo;
7. conflitos com a parceira etc.
O bom desempenho sexual depende de:
1. bom estado geral de saúde;
2. alimentação saudável;
3. sono adequado;
4. exercícios físicos regulares;
5. estresse reduzido;
6. baixa tensão emocional;
7. uso moderado de bebidas alcoólicas;
8. não fumar;
9. não usar drogas psicoativas sem acompanhamento médico;
10. atitude positiva em relação ao sexo etc.
Esse drama, como toda tempestade, não
escolhe cor de pele, origem, nível econômico ou religião, e tem a sua
“versão” feminina – a frigidez.
A frigidez pode ser considerada uma
disfunção, uma incapacidade da prática sexual em todas ou algumas das
seguintes fases: desejo, excitação e orgasmo.
Qualquer dificuldade, em qualquer dessas
fases, leva a uma inadequação e a uma experiência sexual incompleta. As
respostas físicas, psíquicas e químicas ocorrem tanto no homem quanto na
mulher, pois os dois foram feitos do mesmo material e pelo mesmo
arquiteto.
As fases são subsequentes à continuidade
dos estímulos e carinhos para chegar ao desfecho, que é o orgasmo, que
consiste em um quadro de contrações e relaxamento dos músculos com uma
sensação intensa de prazer. Alguns autores chegam a comparar a
intensidade do orgasmo à morte. Mas fiquem tranquilos. O sexo não mata,
não tem contraindicações e traz muita vida!
As possíveis causas das dificuldades da mulher são várias, cada uma com seu respectivo tratamento.
1 Fobia sexual, na qual a mulher tem
sentimentos de repulsa, pode sentir um medo inexplicável ou uma
ansiedade incontrolável. Nesse caso, um aconselhamento com um sexólogo
ou um psicólogo ajuda bastante, pois normalmente a fobia tem uma origem
anterior de abuso.
2 Transtorno da excitação, que é a
frigidez. Para que haja a penetração durante a relação sexual, a vagina
precisa estar lubrificada e dilatada. Quem sofre deste transtorno não
consegue sentir o estímulo.
3 Inibição do orgasmo – acontece quando
há atraso ou quando o orgasmo não ocorre de modo repetitivo, mesmo com
um estímulo sexual adequado.
4 Dor associada ao ato sexual – pode
haver dores de origem orgânica e de origem psicológica. Uma consulta ao
profissional especializado é fundamental para enfrentar essa tempestade.
5 Contração involuntária dos músculos
próximos à vagina, impedindo a introdução do pênis, do dedo ou de algum
tampão. Nesse caso, há exercícios apropriados que devem ser indicados
também por um profissional da área.
6 Disfunção causada por substâncias
químicas – se há uma diminuição repentina do desejo ou o aparecimento de
problemas sexuais subsequentes à ingestão de medicamentos, normalmente
sedativos, a mulher deve procurar seu médico para rever a receita.
Em todos os casos, convém buscar sempre
um profissional, a partir do ginecologista, para que ele descarte ou não
as causas físicas e encaminhe para uma conselheira ou psicóloga.
Uma mulher com disfunção sexual, seja por
razões físicas ou psicológicas, experimenta esse vento forte e precisa
estar calçada na verdade, precisa estar edificada sobre a rocha.
5) O vento da possessão demoníaca de um filho
Em Mateus 15, a Bíblia fala da mulher
siro-fenícia que está desesperada, pois sua filha está em casa possessa,
miseravelmente endemoninhada. Ela corre atrás de Jesus, gritando algo
assim: “Senhor, me socorra; por favor, tenha misericórdia de mim, a
minha filha está endemoninhada, Senhor!”.
Imagine os pais ultraconservadores
cristãos que ouvem um filho confessar sua homossexualidade e sua decisão
de morar com o parceiro. E aqueles que descobrem que seu filho de 14 ou
15 anos de idade é dependente de cocaína, de crack, de maconha – é um
viciado! Há os pais que encontram, depois de três meses de busca, sua
filha trabalhando voluntariamente em uma zona de meretrício. Como deve
ser difícil para um pai ou uma mãe, que investiram pesado e fizeram o
melhor dentro de suas forças, descobrir o filho endemoninhado,
caminhando para o inferno!
Não há fórmulas mágicas nem soluções
instantâneas, mas a oração e o amor incondicional são os caminhos mais
eficientes para a reversão do quadro. Como disse o Pr. Silas Malafaia, é
possível amar a pessoa sem aprovar seu comportamento. Ele citou como
exemplo as várias senhoras que amam profunda e consistentemente seus
filhos presidiários, sem concordar em momento algum com as escolhas
erradas que eles fizeram.
Uma boa recomendação é desacelerar a
correria do dia a dia para investir mais tempo no convívio com os filhos
e dedicar-se mais à oração. A ação do pai, quando possível, é
extremamente importante e terapêutica. Quanto mais novo é o filho, mas
rápida é a recuperação. Quando esse vento sopra, se a casa não estiver
firmada na rocha, será terrível.
6) O vento do fracasso moral
No segundo livro de Samuel, nos capítulos
11 e 12, a Bíblia relata a queda do rei de Davi, que não era um crente
qualquer, mas alguém que tinha um coração de adorador. Ele foi o homem
segundo o coração de Deus, aquele que nos ensinou a adorar, que tocou o
coração de Deus com seu louvor. Este homem, em um momento de vacilo, não
soube lidar com a tentação e fez o inconcebível, o inimaginável para
alguém temente a Deus. Ele não somente adulterou, roubando a mulher de
seu fiel soldado Urias, mas mandou matar seu amigo para livrar-se das
evidências do adultério e da gravidez.
O pecado de Davi teve implicações na vida
pessoal, na sua família e em seu reino. Quando a tempestade de um
fracasso moral atinge uma pessoa, espalha seu rastro de destruição por
toda a sua área de influência. Sofre quem pecou, sofrem os filhos, os
liderados, a esposa, a mãe, os parentes, a empresa, enfim, tudo quanto
está à sua volta. Com Adão, que trouxe uma maldição para o planeta – a
sentença foi assim: “maldita é a terra por tua causa”). Também é assim
conosco. Um pecado moral atinge todas as relações à nossa volta.
Alguém pode ser atingido pelo pecado de
outro e sofrer sem ter culpa. É o caso de um filho que vive distante do
pai que deixou o lar para viver uma aventura, ou de uma esposa que se
manteve fiel, que fez o seu melhor, mas que não foi suficiente para a
cobiça, a ganância e o egoísmo do marido que a abandonou.
O rei Davi tinha uma filha virgem, que
foi forçada pelo próprio irmão. Ela tinha uma vida normal, mas o vento
que abalou a família ainda soprava de modo sinistro e comprometeu toda
sua vida e inocência. O irmão, Amnon, nutria certa paixão patológica por
ela e depois de conseguir dormir à força com a irmã, a desprezou,
expulsando-a de casa.
A tragédia poderia ter terminado por ali
se o rei Davi tivesse estabelecido uma punição para o estuprador. No
entanto, com a consciência comprometida pelo próprio pecado moral, o rei
e juiz de Israel fez vista grossa, abrindo espaço para a ira de outro
irmão, que duvidou da capacidade de julgamento do pai e fez justiça com
as próprias mãos, assassinando o estuprador.
Quantas pessoas poderiam ter sido
poupadas, mas a tempestade do pecado deixou seu rastro de destruição.
Absalão, que mandou matar o irmão, depois de ficar exilado bastante
tempo, promoveu uma rebelião e tomou o trono do pai. Davi fugiu com seus
homens de confiança e, durante um combate entre as forças do revoltoso e
as do antigo rei, o rapaz acabou morto.
Mesmo assim, a graça de Deus se
manifestou. Pode ser que você tenha sido atingido por uma tempestade
semelhante. Talvez tenha sido você o pecador, ou pode ser que você tenha
sido atingido pelo erro de um terceiro. Independentemente do caso, você
pode contar com a graça e o perdão de Deus. Perdoar é imperativo para
se livrar do lixo emocional que se deposita na alma.
Esse vento do fracasso moral é sério e
pode atingir qualquer casamento. Se o casal não estiver com sua casa
levantada sobre a rocha, a construção pode sucumbir.