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terça-feira, 4 de março de 2014

Ucrânia convoca militares reservistas temendo ataque russo

Ucrânia convoca militares reservistas temendo ataque russo

Imagem: Reprodução/Baz Ratner/REUTERS
Homens não identificados com uniformes militares bloqueiam uma base da guarda de fronteira ucraniana em Balaclava
A chegada de milhares de militares russos à Crimeia e a interpretação do novo governo ucraniano, pró-Ocidente, de que a ação de Moscou representa uma declaração de guerra, reforçaram os temores de que o Leste Europeu passe a ser palco de um conflito armado. Domingo (02), enquanto Kiev convocava seus reservistas, as autoridades crimeanas, pró-Rússia, informavam que a maioria das unidades militares ucranianas na península aderiram ao governo local, e o chefe da Marinha ucraniana, Denis Berezovsky — nomeado para o cargo dois dias antes — jurava lealdade à Crimeia. À noite, um funcionário do governo americano, sob condição de anonimato, confirmou à imprensa que a Rússia detinha “controle operacional” da Crimeia e já trabalhava em modo de ocupação.
A situação na Crimeia aparentava estar mais calma ontem frente ao dia anterior, quando o Parlamento russo autorizou o envio de militares à Ucrânia para proteger cidadãos russos — justificativa similar à usada na invasão da ex-república soviética da Geórgia, em 2008. As tropas da Rússia passaram o dia pressionando militares ucranianos na Crimeia a abandonarem as armas, em alguns casos com sucesso. Nas recusas, entretanto, não foram registrados confrontos armados.
No vilarejo de Privolnoye, centenas de soldados mascarados e sem bandeiras no uniforme cercaram a base ucraniana local, usando veículos com placas da Rússia. Do lado de dentro, havia pouco mais de 20 soldados da Ucrânia. Após cerca de 15 minutos de conversa com um militar russo, o coronel ucraniano Sergei Starojenko, comandante da base, garantiu que não haveria conflito. Mas o contingente russo não foi embora, e a noite caiu ao som dos manifestantes pró-Rússia que pediam a entrega da base e com militares de ambos os lados aguardando ordens do que fazer em seguida.
Para observadores ocidentais, principalmente, a tomada da Crimeia pela Rússia pode servir de ato inicial para uma campanha pelo Leste da Ucrânia, onde a maioria da população fala russo e se identifica com o país vizinho. Moscou tem feito exercícios de guerra com 150 mil militares na região de fronteira com a Ucrânia e, apesar de Kiev ter convocado reservistas — todos os homens com menos de 40 anos — as Forças Armadas ucranianas não são páreo para o poderio bélico russo. A Ucrânia inclusive pediu ajuda à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) caso haja um ataque russo, e especificamente dos EUA e do Reino Unido, países signatários de um acordo com a Rússia para a garantia da segurança da ex-república soviética. A Otan, porém, limitou-se a criticar a pressão russa.
A Ucrânia tem representação na Otan, mas não é integrante efetiva da organização. Isso significa que o país não pode invocar a mais poderosa ferramenta do grupo: a de que um ataque contra um membro é igual a um ataque contra todos. No que aparece como uma possível manobra para contornar as limitações da Otan, os EUA querem criar, segundo uma fonte do governo, uma missão da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE) — entidade da qual EUA, Rússia e Ucrânia são membros — para substituir as forças russas na Crimeia caso Moscou seja persuadida a ordenar a retirada de seus homens. Até agora, o presidente russo, Vladimir Putin, limitou-se a aceitar uma “missão de averiguação” sobre a situação na Ucrânia possivelmente liderada pela OSCE, informou ontem um porta-voz do governo da Alemanha.
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Fonte: O Globo

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