Em meio as tentativas de selar a paz,
entre o governo colombiano e os líderes das Forças Armadas
Revolucionárias da Colômbia (FARC), a guerra entre rebeldes e contra a
população e os cristãos continua. Quando os conflitos começaram com os
rebeldes marxistas, há cerca de cinquenta anos, houve uma mistura entre a
violência contra o governo e a atuação dos narcotraficantes, violando
inúmeras vezes os direitos humanos. O resultado foi a morte de milhares
de pessoas e outros milhões de deslocados.
No meio desse fogo cruzado, a igreja de
Cristo sente na pele as consequências, sendo um dos alvos dos militantes
que sempre a enxergaram como uma “pedra no caminho”. O motivo? Os
cristãos recuperam a vida dos jovens que se envolvem no mundo das drogas
e lutam para preservar as famílias. Outra questão, é que os jovens são
vistos como “futuros clientes” pelos traficantes.
Um dos colaboradores da Portas Abertas
atuante na Colômbia questiona se a atual negociação fará com que os
membros das FARC desistam de seus “negócios” extremamente lucrativos.
Sem contar que existem outros grupos criminosos que continuam a operar
no país.
A guerra contra os cristãos
Apesar da tentativa de se buscar a paz, a
igreja na Colômbia continua em guerra. Segunda informações da Portas
Abertas, há muitos líderes comunitários e defensores dos direitos
humanos sendo tratados com hostilidade e até sendo intimidados por
defenderem grupos cristãos e suas práticas evangelísticas.
Uma das formas de perseguição começa com
uma oferta de benefícios econômicos, em troca de participação em atos
de corrupção. Muitos criminosos enxergam as organizações cristãs como o
local perfeito para lavagem de dinheiro. Quando os líderes se recusam, o
que acontece na maioria das vezes, os traficantes os intimidam com
ameaças e agressões físicas.
Norberto Duran*, um líder colombiano,
compartilhou uma de suas experiências: “Há alguns meses, um caminhão
parou perto de mim, e os homens me forçaram a ir com eles para uma área
rural. Chegando lá, me ofereceram 200 milhões de pesos (cerca de 65 mil
dólares) para lavar dinheiro para eles. Quando me recusei, eles me
bateram com uma arma, quebrando um dos meus dentes”, disse.
Grupos criminosos agem em todas as partes
Mas a violência não se limita às áreas
rurais. Ainda segundo a Portas Abertas, muitas cidades colombianas
experimentam a presença de gangues criminosas, que recrutam crianças e
jovens, tanto para atuar entre eles, quanto para a prostituição.
Numa cidade costeira, o líder cristão
Ventura* já recebeu seis ameaças de morte. “A mais recente foi quando um
criminoso chamado Costilla entrou na igreja, no meio de um culto. Ele
me ameaçou aos gritos e palavrões. Enquanto isso, todos os fieis
permaneceram em silêncio, e orando pela minha vida. Ele foi embora sem
fazer nada, mas todos sabem que ele quer me matar”, revela.
Numa região indígena do Norte da
Colômbia, a Portas Abertas já registrou vários incidentes contra
cristãos. Só entre os meses de abril e junho, houve 25 incidentes
envolvendo Lustenio Rios*, um líder indígena que perseguiu os cristãos
da região por mais de 30 anos. Há dois anos ele se converteu ao
cristianismo e agora enfrenta a perseguição na própria pele.
“Eu preciso me esconder o tempo todo dos
meus ex-amigos, pois sei que se eles me encontrarem, vão me matar. De
acordo com as antigas tradições, eu cometi a pior das ofensas, me
tornando um cristão. Mas eu não vou negar a minha fé em Cristo, pois
agora a minha coragem vem do Senhor”, testemunha Lustenio.
A Colômbia ocupa o 46º lugar na atual
Classificação da Perseguição Religiosa, onde a igreja continua crescendo
na fé, apesar da situação atual. Ore por essa nação.
* Nomes alterados por motivos de segurança.