Ministra diz que evangélicos querem acabar com religiões africanas
A
ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial
(Seppir), Luiza Bairros, denunciou evangélicos que tratam com
intolerância membros de religiões de matriz africana.
“Alguns setores, especialmente
evangélicos pentecostais, gostariam que essas manifestações africanas
desaparecessem totalmente da sociedade brasileira, o que certamente não
ocorrerá”, disse ela.
Luiza Bairros falou com os jornalistas durante o evento
em São Paulo que comemorava o Dia Nacional de Combate à Intolerância
Religiosa dizendo que os ataques a membros de religiões como o candomblé
e a umbanda chegaram a um nível insuportável.
“O pior não é apenas o grande número,
mas a gravidade dos casos que têm acontecido. São agressões físicas,
ameaças de depredação de casas e comunidades. Nós consideramos que isso
chegou em um ponto insuportável e que não se trata apenas de uma disputa
religiosa, mas, evidentemente, uma disputa por valores civilizatórios”.
O evento promovido pela Secretaria
Municipal de Promoção da Igualdade Racial juntou representantes de
diversas religiões no centro da capital paulista para tentar mostrar que
é possível viver de forma pacífica com pessoas com professem crenças
diferentes. Entre os participantes dessa festa estava o pastor luterano
Carlos Mussikopf que falou com a reportagem da Agência Brasil sobre o
tema.
“Devemos procurar o que nos une, o que nos unifique, o que nós temos em comum. E que a gente também saia da teoria, dos encontros
de diálogo e passe para a prática. Existem tantos desafios na sociedade
que nós vivemos que exigem uma ação unificada também das religiões.
Vamos ver questão da população de rua, da natureza”, disse.
Para ensinar principalmente os jovens a
respeitar as religiões a Seppir vai anunciar em breve um plano de apoio a
comunidades de matriz africana. “Nós queremos fazer com que essas
comunidades também sejam beneficiadas pelas políticas públicas”, disse.
Com este projeto é possível que os membros dessas religiões sejam mais
respeitados pelas demais.
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